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domingo, 27 de outubro de 2013

AGONIZA O DECANO


Lembra do finalista da última libertadores?  E aquele monte de problemas que incrivelmente fortaleceram o Decano dentro daquela mesma competição? Depois do título do galo em cima do Olímpia, o clube paraguaio não aproveitou o bom momento e a volta aos holofotes. O clube agoniza dentro da competição interna atualmente. Em um campeonato tecnicamente inferior aos demais da América do sul, o centenário e tradicional Olímpia não consegue estar nem entre os classificados a Sul americana. Os problemas financeiros ainda permanecem atrapalhando a vida do clube, que também tem como ingrediente a economia paraguaia, que também passa por enormes dificuldades. Por se tratar de um país basicamente agrário, tem 50% do seu PIB vindo do campo. Isso influencia diretamente na administração dos clubes de futebol.

Essa dificuldade toda se refletiu na própria seleção, que não vai a copa no Brasil e ficou muito longe dessa possibilidade. O Vitória de Setúbal, clube da 1° divisão portuguesa, assinou um contrato de intercâmbio com jogadores paraguaios, numa tentativa de viabilizar o futebol no país Guarani. 

O lendário técnico Éver Almeida, que passa por muita pressão, por conta dos maus resultados renovou seu vinculo com o maior campeão paraguaio até dezembro de 2014 em troca dessa renovação, Éver pediu contratações para tentar fortalecer mais o time, que passa por um desgaste natural, após a digna campanha na libertadores, onde tirou forças de onde não tinha, e foi derrotado na final nos pênaltis. Os investimentos em categorias de base é a grande solução pra essa crise econômica profunda. A aposta em jovens valores e uma posterior venda desses talentos podem ser uma ótima solução. O elenco é muito inchado, conta com 38 jogadores, tem uma média de idade de 26 anos.

A arrecadação do clube só nesse ano, contanto todas as competições foi de 1.844.785,00 Dólares. Tem média de público de 84 mil "hinchas" em suas canchas. O Olímpia já jogou 15 partidas do torneio clausura. Está na péssima 8° posição, somou os medíocres 14 pontos, de 4 vitórias, 2 empates e 9 DERROTAS. Dos últimos 5 jogos, perdeu 4 e venceu só 1, o vice lanterna Carapeguá. Se o clube não mudar, vai ficar de fora de todas as competições sul americanas, o que representaria uma perda de arrecadação relevante nesse terreno de crise.

sábado, 26 de outubro de 2013

PREOCUPAÇÃO É A PALAVRA

Lá se vão 12 rodadas do Torneio Inicial e parece que será muito longo para o torcedor do Racing, e pelo o que foi mostrado até agora vai padecer com aquilo que o recém chegado e velho conhecido Reinaldo "La Mostaza", e diga-se de passagem, de boa recordação do torcedor da Academia tem em mãos. Já havia treinado o clube em três oportunidades, na temporada 2001, quando venceu o apertura, último título do clube, em 2007 quando livrou o time na extinta promoción e chega agora com um objetivo claro; tentar dar vida a um time que de certo modo não é lá dos piores.



O seu antecessor, o jovem Zubeldia conseguiu alguns avanços em relação a montagem do elenco e aproveitamento da base, outrora referencia de formação de grandes valores (por isso o apelido, La academia del Fútbol), e que após o colapso financeiro do final dos anos 90 havia sido um pouco escanteada em detrimento de "medalhões". Com Luis Zubeldía em sua primeira temporada como comandante em substituição a "Coco" Basile, ele teve que trabalhar com vários jovens de bom nível técnico, como Ricardo Centurion, Rodrigo De Paul e Luciano Vietto. Nesse Clausura de 2012, ele conseguiu uma temporada sensacional, coisa que não fazia desde de o título alcançado por Merlo no torneio Apertura 2001, que somou ao todo 42 pontos. La Acade terminou em quinto lugar, com 33 pontos, resultante de 9 vitórias, 6 empates e 4 derrotas, com 26 gols a favor e 12 contra. E na fase final do torneio em 2013, estacionou-se no sexto lugar, campanha de 8 vitórias, 5 empates e 6 derrotas, com 24 gols a favor e 17 contra. E o mais importante, conseguiu dar uma boa respirada em relação ao promédio (1.295 pts) enquanto o primeiro na zona de descenso tem 1.170 (Argentino Jrs.).



Por mais incrível que pareça, mesmo fazendo uma ótima campanha, conseguindo mesclar bem o elenco, ele não gozava de um grande prestígio com os torcedores. Várias eram as criticas em cima do trabalho do jovem Zubeldia. Mas tudo parecia tranquilo no clube, ainda mais pelo rebaixamento do seu eterno rival a segunda divisão. Boas perspectivas se anunciavam a medida que o clube conseguia se reorganizar tanto fora quanto dentro de campo, alguns jogadores saíram e outros chegaram. E principalmente a base continuava a revelar bons valores como, Mellilo e Roger Martinez (colombiano). Mas o início de temporada é desastroso, o clube teve uma performance pavorosa, perdeu quatro jogos seguidos e 1 empate nas 5 primeiras rodadas e a diretoria não teve outra atitude, devida a enorme pressão que vinha das arquibancadas do Cilindro e demitiu Zubledia que finalizou seu ciclo a frente do clube com 22 vitórias, 14 empates e 23 derrotas em 59 jogos, aproveitamento de 45%, com 69 gols a favor e 62 contra no total. Como solução emergencial o experiente Carlos Ischia foi colocado em sue lugar, que depois de mais 5 jogos e 4 derrotas a vida dele foi curta no clube.

La Mostaza Merlo tem um abacaxi enorme na mão pra descascar. Além de ter chegado ao clube de forma controversa, após recusar uma proposta do Aldovisi da 2° divisão, alegando problemas particulares, dias depois aceitou esse convite da academia. O time tem 12 jogos até agora, 10 derrotas e 2 empates, sofreu 20 gols e só fez 3, fora que o time se demonstra muito nervoso e muito bagunçado taticamente, isso se dá pela rotatividade de treinadores em apenas poucas rodadas, já está no 3°. Quais serão as armas que Merlo irá utilizar para tirar esse time dessa vala que parece ser funda demais?

sábado, 19 de outubro de 2013

SONHAR NÃO CUSTA NADA


Parece que a igreja da santa maria que fica na zona portuária da Inglaterra, famosa pela saída do navio que mais tarde protagonizaria o maior naufrágio da história, tem atendido as preces dos fanáticos torcedores do Southampton, que em seu segundo ano após a volta a primeira divisão inglesa faz uma campanha pra impressionar a qualquer um que olhe a tabela nesse momento, depois de amargar um rebaixamento a terceira divisão há 5 temporadas atrás. Num campeonato que está sendo marcado nos últimos anos pelo o já tradicional domínio do Manchester United e dos times que tem uma forte injeção de recursos, pelo menos nesse momento, os Saints parecem dispostos a desbancar essa máxima.

Obviamente que se trata do início da competição, mas o time comandado pelo jovem técnico Mauricio Pocchettino, que claramente entrou na competição pra evitar o rebaixamento tem um início de competição sensacional. Tem um aproveitamento de pontos de 67%,  maior que dos poderosos times de Manchester (City 62% e United 48%) e do turbinado Tottenham (62%) e idêntico ao do Chelsea do Mourinho.Claro que essa campanha não pode dar em nada, ou até brigar pra não cair no final, por conta do elenco que não é tão numeroso. Mas esperançosamente, torcer pelos Saints se colocar entre os primeiros colocados seria legal também pra competição.

O Southampton disputou 15 das 21 edições da Premier League. Pensando de forma hipotética, o que o clube do sul precisa fazer de diferente de todas as suas participações pra jogar uma competição europeia na próxima temporada? Contando da temporada 2004/2005 até hoje, há uma estatística interessante sobre os clubes que chegaram em 4° lugar e foram a UCL, não chegaram a competição sem pelo menos metade dos pontos disputados, como veremos abaixo:

2004/05 - Everton - 61 pts - 53% Aproveitamento
2005/06 - Arsenal - 67 pts - 58% Aproveitamento
2006/07 - Arsenal - 68 pts - 59 % Aproveitamento
2007/08 - Liverpool - 76 pts - 66% Aproveitamento
2008/09 - Arsenal - 72 pts - 63% Aproveitamento
2009/10 - Tottenham - 70 pts - 61% Aproveitamento
2010/11 - Arsenal - 68 pts - 59% Aproveitamento
2011/12 - Tottenham - 69 pts - 60% Aproveitamento
2012/13 - Arsenal - 73 pts - 64%  Aproveitamento

Em todas as suas participações na primeira divisão, os Saints nunca tiveram esse aproveitamento, isso quer dizer que será inédito caso consiga essa façanha. Não sei se é o propósito de Pocchettino, mas que sonhar não custa nada, isso não custa.

1992/93 - 18° - 50 pts - c/22 Times - 39% Aproveitamento
1993/94 - 18° - 43 pts - c/22 Times - 34% Aproveitamento
1994/95 - 10° - 54 pts - c/22 Times - 42% Aproveitamento
1995/96 - 17° - 38 pts - c/22 Times - 30% Aproveitamento
1996/97 - 16° - 41 pts - c/22 Times - 32% Aproveitamento
1997/98 - 12° - 48 pts - 42% Aproveitamento
1998/99 - 17° - 41 pts - 35% Aproveitamento
199/00 - 15° - 44 pts - 38% Aproveitamento
2000/01 - 10° - 52 pts - 45% Aproveitamento
2001/02 - 11° - 45 pts - 39% Aproveitamento
2002/03 - 8° - 52 pts - 45% Aproveitamento
2003/04 - 12° - 47 pts - 35% Aproveitamento
2004/05 - 20° - 32 pts - 28% Aproveitamento
2012/13 - 14° - 41 pts - 35% Aproveitamento

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

STEP BY STEP


Em 2012 quando aqueles 26 milhões de libras em débitos com a receita federal da escócia provocou a falência de um dos principais clubes europeus, a ideia era que o clube iria simplesmente desaparecer. Na época escrevi um texto explicando essa situação do clube e o que poderia vir pela frente. 

Link abaixo:
http://futebolreflexivo.blogspot.com.br/2012/06/falencia-ou-recomeco.html.

De lá pra cá, a literalmente e apaixonada torcida do novo The Rangers, mas herdeiro da tradição do Rangers, não deixou o clube morrer. Se a primeira divisão do futebol escocês, apesar de legal, é quase amadora, imagina o que é para um clube com tanta torcida jogar uma divisão inferior desse país? Obviamente em muitos estádios, jogou-se pra mil pessoas em estádios modestos como o do Clyde numa vitória do clube da capital por 2 x 0, o time usa as instalações de uma universidade. A estreia em casa foi o marco desse processo de recuperação, 50 mil pessoas estiveram no mítico Ibrox para o jogo contra o East Stirlingshire por 5 x 1, jogo que bateu o recorde de público do próprio estádio.

Nessa competição o Rangers passeou pela clara diferença técnica, venceu com os "pés nas costas", terminou a League 2 na 1° posição com 83 pts, 24 pts a mais que o 2° colocado Peterhead. Com um saldo de gols de 56. A promoção a terceira divisão parecia ser protocolar, alias, a chegada do Rangers a SPL é programada para a temporada de de 2015/16. Mantendo o ritmo que o clube vem empregando dá a certeza desse acesso rápido.

Do elenco de 2011/2012, o último da 1° divisão poucos jogadores permaneceram nessa empreitada. O lateral Wallace é um desses jogadores. O clube vai aproveitando esse pequeno "estágio" e vai colocando em prática uma nova gestão de futebol. Reformulou suas categorias de base e aproveita jogadores jovens e talentosos desses pequenos times que são seus adversários e vai montando um plantel jovem visando essa volta a 1° divisão; É uma nova forma de administração sustentável para evitar uma nova falência, já que os novos investidores pensam em transformar o The Rangers num novo modelo de gestão que se sustente pela venda de jogadores jovens. E ainda esse pequeno tour pelo país está dando uma ótima visão de mercado. Juntando a isso fez um "catadão" de jogadores disponíveis no mercado. Foster (LD) ex-Bristol, Monshi (ZG) ex-Ipswich, Black (VOL) ex-Hearts, Law (MEI) Motherwell, mais os jogadores da base como Lillte e McLoad. 

O time joga num sistema moderno de jogo, um 4-1-4-1, dá pra ousar, diga-se de passagem, enfrentando adversários quase amadores. Dos 34 jogadores do elenco, 18 são escoceses e tem uma média de idade de 23 anos, ou seja, um time bem jovem. Atualmente o clube está na liderança da League One (3° divisão), com 24 pts em 8 jogos, ou seja, 100% de aproveitamento, 19 gols feitos e 1 sofrido. E o detalhe que o 2° colocado, Stenhousemuir, tomou de 8 do Rangers. Parece que mais uma vez essa passagem por essa divisão inferior será protocolar, a torcida já faz contagem regressiva pra ida a championship escocesa, a 2° divisão, cada vez mais próximo de seu esterno rival, que no fundo também almeja esse encontro novamente.

sábado, 12 de outubro de 2013

CORREÇÃO DE ROTA URGENTE

Parece que a lâmpada de David, que era antigamente usada para guiar os navegantes em sua empreitadas pelo mar do norte, está com a luz muito baixa na frente do Stadium of Light, já que o Sunderland não tem feito o melhor início de Premier League, desde de o último acesso, em 2007 quando venceu o Luton Town por 5 x 0 na final daqueles play-offs. E o medo da condição de "iô-iô", que aflige a grande torcida dos blacks cats pode voltar a assombrar a fanática torcida do clube.

Pode-se esperar que o Sunderland agora possa encontrar um pouco de estabilidade apesar da oferta de contrato de dois anos para o uruguaio, o que pode também deixar subentendido que o proprietário do clube, Ellis Curts não tem tanta convicção assim no jovem comandante uruguaio Gus Poyet. O Sunderland já chegou a incrível marca de quatro treinadores só em 2013. Poyet sucede Kevin ball que assumiu no lugar de Paolo Di Canio, que chegou após a saída do ótimo irlandês Martin O'Neill demitido no final de março. Uma estatística interessante, um antigo jornalista da região cobriu o clube do norte por 30 anos e teve que trabalhar apenas com três técnicos nesse período, conta o periodista Jack Anderson, os comandantes desse período foram  Robert Kyle (de 1905 á 1928), Johnny Cochrane (de 1928 á 1939 ) e Bill Murray (de 1939 á 1957 ).




Há uma máxima no mundo do futebol que afirma que quando há essa rotatividade de comandantes é porque o clube não se planejou corretamente ou faltou confiança na aposta anterior, o que nunca dá certo no final das contas. Claramente a aposta em Paolo Di Canio pareceu mais uma empolgação de momento do que um profundo conhecimento da capacidade do jovem técnico que teve uma ascensão meteórica em sua curta carreira, saindo do provinciano Swindon da 4° divisão na época para um clube tradicional da Premier League. Obviamente o técnico italiano provou ser apenas um bom técnico pra um tiro curto, planejar uma nova temporada não foi o forte, pelos números conquistados depois de 7 rodadas da primeira divisão: 6 Derrotas; 1 Empate e 0 Vitórias; 16 gols sofridos e 5 feitos; Sequência de 5 derrotas seguidas. Uma lastima!

E o que chama atenção é a falta de uma diretriz para o comando do clube, um estilo, já que nomes como Steve McClaren e Tony Pulis foram cogitados e quem no fim das contas venceu essa "corrida" foi o uruguaio Gustavo Poyet, que tem uma característica muito diferente dos anteriores citados. Poyet terá pelo menos uma pequena vantagem nesse pequeno início de trabalho, já que ele pega o clube ainda no inicio da competição e ele não chega com grandes expectativas. As semelhanças são óbvias, assim como Di Canio, Poyet é um apaixonado que deixou seu clube anterior, em circunstâncias controversas, e a outra é que se trata de um treinador jovem e inexperiente na Premier League.



Pelo menos a maioria dos torcedores concordam que Poyet representa a escolha " menos pior " que as já citadas acima. Por alguns critérios mais básicos, ele tem a chance de salvar o clube do norte do rebaixamento se apenas mantiver seu aproveitamento nos tempos de Brighton, que foi de 44% em 4 anos de estadia no clube do litoral sul inglês e foi o responsável por tirar o clube da League One e trazer de volta a segunda divisão. Se esse aproveitamento se repetir no Sunderland, só nessa temporada, é muito provável o clube se mantenha na Premier League, já que nos últimos anos a marca de 40 pontos, é quase uma garantia de permanência na Premier League. Nesse momento, os black cats estão com um aproveitamento de 4,7% de pontos disputados, o líder Liverpool já está com 76% de aproveitamento. A distancia é algo notório.

A pontuação dos primeiros na zona de rebaixamento dos últimos rebaixados:

2009/2010 - Burnley - 30 pts - 26% aproveitamento
2010/2011 - Birmingham - 39 pts - 34% aproveitamento
2011/2012 - Bolton - 36 pts - 31% aproveitamento
2012/2013 - Wigan - 36 pts - 31% aproveitamento

Na história da Premier League 4 clubes foram rebaixados com 40 pts ou mais:

1992/1993 - Crystal Palace - 49 pts - c/22 clubes - 38% aproveitamento
1993/1994 - Sheffield United - 42 pts - c/22 clubes - 33% aproveitamento
1996/1997 - Sunderland - 40 pts - c/20 clubes - 35% aproveitamento
1997/1998 - Bolton - 40 pts - c/20 clubes - 35% aproveitamento


Ou seja, nenhum clube foi rebaixado na história da Premier League com 40% de aproveitamento dos pontos disputados. E outro número é que poucos clubes se salvaram de um começo tão ruim quanto ao do Sunderland nessa Premier League. Em geral, virar as festas de fim de ano na zona de rebaixamento não é bom sinal, principalmente na lanterna da competição. Por faltar ainda 31 jogos, a esperança inunda o clube do norte.

Clubes que viraram o ano na zona de rebaixamento:

2009/2010 - Bolton, Hull e Portsmouth - Só não caiu o Bolton
2010/2011 - Fulham, Wolves e West Ham - Não caíram Fulham e Wolves
2011/2012 - Wigan, Blackburn e Bolton - Só não caiu o Wigan
2012/2013 - Southampton, QPR e Reading - Só não caiu os Saints


Todos os que viraram na lanterna caíram. Porstmouth, West Ham, Bolton e QPR.
Sempre que chega um novo comandante, a reação é sempre de algumas vitórias iniciais, o que pode fazer toda a diferença.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

HÁ VIDA SEM INVESTIMENTO?


O tenebroso e poderoso inverno russo de 2011, além de trazer muita neve, trazia aos holofotes um time da pequena região rebelde, aos olhos dos russos, a república do Daguistão, que fica ao norte do problemático Cáucaso, que desde de o fim da outrora poderosa URSS, essas ex-repúblicas cobram seu direito de ser independente. Uma região de culturas diversas e heterogêneas e que hoje faz parte da federação russa, grande herdeira da antiga URSS. Guardada as devidas proporções, o Anzhi Makhachkala está pra essa região assim como Barcelona está para a Catalunha ou Athletic Bilbao para o País Basco. Um dos homens mais ricos do mundo segundo a revista Forbes, que é referencia em milionários pelo mundo, o bilionário russo, Suleiman Kerimov, resolveu investir alguns milhões de dólares nessa aventura no cáucaso.

Inicialmente o investimento previsto no clube eram os impressionantes 200 milhões de Euros (algo em torno de 520 milhões de reais) em estrutura para o clube, o sonho do russo era transforma o desconhecido Anzhi no "novo" Chelsea. Um estádio com os tais padrões da FIFA estavam nos projetos. Em três anos a frente desses investimentos, foram 69 milhões de dólares em gastos com nomes que passaram por Roberto Carlos a Eto´o. O russo nunca escondeu de ninguém que seu grande desejo era internacionalizar a marca do clube através da poderosa UCL. Algo que nunca ocorreu, sempre ficando com a UEL. Isso foi fazendo o mecenas russo, talvez, se dar conta de que um investimento alto estava lhe trazendo um grande prejuízo, já que nem perto do título, o clube do Daguistão passava perto.



No início dessa temporada Kerimov decidiu não mais investir mais tão pesado em nomes, mas sim em jogadores que podem se tornar o futuro do clube, principalmente em jovens da base russa. Exemplo disso foi o clube se desfazer de duas jóias que tinha no elenco, primeiro o vitorioso e consagrado atacante camaronês Samuel Eto´o e o jovem brasileiro William (custou ao clube russo 35 milhões de euros vindo do Shaktar) ambos para o Chelsea por um valor somado de 50 milhões de euros (83 milhões de reais). 

Essa recente política de diminuição de investimentos vem de encontro com o chamado Fair-Play financeiro adotado pela UEFA, que limita demais os investimentos desses mecenas bilionários. Muitos jogadores que chegaram já foram embora para os rivais dentro da Rússia, o mais beneficiado com tudo isso foi o Dynamo de Moscou, que trouxe 5 jogadores desse elenco; Zhirkov, Denisov, Kokorin, Samba, Gabulov e Ionov, podemos chamar isso de saldão. O futuro do clube vai passar pela evolução do futebol russo e dele próprio como clube que vai ter uma administração mais sustentável. Só o futuro dirá o que o grande representante da pequena república do Daguistão se tornará, assim como se essa ex-república vai se tornar a "nova" Ucrânia.

sábado, 5 de outubro de 2013

TEM QUE TIRAR O GESSO!


Quando naquela temporada de 2011/2012, Antônio Conte chegou, trouxe consigo uma proposta bem interessante de futebol pra aquilo que ele possuía em relação a elenco disponível, com o luxuoso acréscimo de Andrea Pirlo, que saia do Milan depois de anos no clube milanês, e vinha para o Piemonte tentar uma oportunidade de ser aproveitado em um clube de alto nível. Conte teve a sensibilidade de adaptar as características daquele time que estava ali com um sistema de jogo que pudesse aproveitar bem o que havia de bom. Em temporadas passadas, a Juventus tinha sempre uma péssima marca defensiva. O time sempre deixava a desejar nesse quesito, principalmente após sua volta da segundona.

Alguns números:

Temporada 2009/2010 - 7° posição - 16 Vitórias - 7 Empates - 15 Derrotas / 56 gols sofridos
Temporada 2010/2011 - 7° posição - 15 Vitórias - 13 Empates - 10 Derrotas / 47 gols sofridos

Esses números apontam como a Juventus vivia num marasmo total dentro da competição. Aponta também a questão dos gols sofridos deixava a Juve muito distante dos primeiros colocados. Na temporada 2009/2010, a Inter, campeã, só havia perdido 4 jogos e sofrido 34 gols; Já na temporada posterior, o Milan conquistou o Scudetto com também 4 derrotas e 24 gols sofridos. Essas estatísticas precisavam ser vistas com atenção, se a Juve quisesse ser relevante novamente no Calcio.



E isso foi feito, Conte adaptou seu esquema de jogo a um 3-5-2, que voltaria a Itália depois de anos, com alguma adaptações bem interessantes. Chiellini, que era uma simbolo dessa "nova" Juventus, que por muitas vezes atuava na lateral, até na próprio Azzurra, voltou a Zaga. Apostou em Barzagli, zagueiro que estava encostado no Wolfsburg que veio dar mas estofo a Bonucci, um jovem zagueiro que não passava por um bom momento, apesar de talentoso. Esse sistema defensivo posteriormente se tornaria um dos mais sólidos daquela temporada. Colocou Pirlo entre essa linha de três zagueiros e uma linha de quatro que tinha o ótimo Marchisio, a velocidade e habilidade de Vidal, que vinha do futebol alemão com muito prestígio. Resumo, essa receita foi avassaladora, o time se aproveitou da campanha péssima da temporada passada, e só focou na Serie A. Resultado foi um domínio gigante, a ponto do scudetto ter sido conquistado de forma invicta. Na temporada seguinte o mesmo recurso foi usado, basicamente com as mesmas peças, e o scudetto veio da mesma forma, com apenas a exceção da invencibilidade, que foi perdida para o principal rival na Itália. Só que o domínio foi maior em relação ao segundo colocado na ocasião o Napoli, que terminou 9 pts a frente, enquanto na anterior, foram apenas 4 pts a frente do Milan.

Temporada 2011/2012 - 1° posição - 23 Vitórias - 15 Empates - 0 Derrotas / 20 gols sofridos
Temporada 2012/2013 - 1° posição - 27 vitórias - 6 Empates - 5 Derrotas / 24 gols sofridos

O sucesso foi tão grande desse jeito de jogar de Conte, que metade das equipes italianas adotaram o 3-5-2, numa tentativa de sofisticar seu jogo, o que a Juve não conseguiu fazer, manteve o mesmo estilo de jogo que parece se esgotar a olhos vistos a eficiência. Apesar da contratação de Tevez e Llorente pra essa temporada, algo que a tempos a Juve necessitava.
O motivo desse post, por mais herético que pareça é questionar basicamente essa não mobilidade tática do time. O gesso colocado por Conte torna a Juve muito previsível, talvez ainda dentro dos torneios internos, seja ótima pra consumo interno, mas nas competições europeias, a Juve não consegue mostrar evolução em relação ao adversários. É básico observar na última partida do clube na UCL diante do Galatasaray, como foi simples bloquear as principais alternativas de jogo do clube de Turim. Todos sabem que o Pirlo é o fator surpresa que trabalha por trás da linha de meio campo. Marcando-o mata o jogo ofensivo, Bayern fez isso com excelência na eliminação da última UCL. Essa temporada se avizinha um já não domínio Juventino na Série A.

Muda o estilo Conte!