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sábado, 6 de abril de 2013

QUASE FALIU ONTEM, HOJE É BICAMPEÃO!!!

Quem vê o Borussia Dortmund de hoje não imagina as sérias dificuldades financeiras que esse clube passou no meio dos anos 2000, situação tão grave que temia-se pelo fechamento do clube.
 
Na época o principal patrocinador do Borussia Dortmund era uma grande companhia de eletricidade, senão a luz do clube, provavelmente, teria sido apagada para sempre. Em comunicado obrigatório enviado à Bolsa de Valores, o clube informaria a seus acionistas o risco de falir era enorme e logo foi apresentado um plano para a tentativa de sanear as finanças. "Se todos os credores concordarem com o plano, a empresa Borrusia Dortmund ainda é saneável e tem futuro", declarou o diretor-executivo do clube, Michael Meier.

A crise financeira do Dortmund caiu como uma bomba na Bolsa de Frankfurt. As ações do Borussia, lançadas em 2000 por 11 euros, caíram para 1,90 euro. Maier havia declarado que, se não fosse encontrado um investidor para recomprar o estádio, em junho de 2005, o Dortmund não estaria mais em condições de honrar seus compromissos financeiros e custear os financiamentos necessários.


 
 Dirigentes do Dortmund, Hans-Joachim Watzke (e) e Michael Meier anunciaram o tamanho do buraco que o Dortmund estava.
Só para o primeiro semestre da temporada de 2004/2005, a entidade teve um prejuízo operacional de 27,2 milhões de euros. Sem medidas de saneamento, o saldo negativo aumentaria para 68,8 milhões de euros até 30 de junho de 2005, significando uma queima de 79% do capital investido pelos acionistas.
"O prejuízo de 27,2 milhões de euros é muito decepcionante. E não se vêem progressos em termos de saneamento", disse Carsten Heise, diretor da Associação Alemã de Proteção à Posse de Ações, a época.
 "Quem ainda vai investir no Borussia Dortmund?", questionou.

Plano de salvação

A direção do Borussia desenvolveu um plano para tentativa de salvação do clube.
  1. O clube recompraria parcialmente seu estádio (que pertence ao fundo Mosiris, subsidiária do Commerzbank) para economizar o aluguel de 17 milhões de euros por ano
  2. Redução das cotas de leasing pagas à seguradora Gerling, de Colônia.
  3. Moratória para as dívidas até o exercício financeiro 2006/2007.
Segundo Meier, tinha que convencer "só três credores" da viabilidade do plano. "Tudo depende deles", disse, sem citar nomes. O principal acionista da época, Florian Homm, não descartava injetar mais dinheiro no clube, "mas só sob condições muito rígidas".  

Analistas na Bolsa de Frankfurt acusaram o Borussia de haver queimado capital na fogueira das "obscuras transações financeiras". "As ações do Dortmund deveriam ser retiradas da bolsa", disse Fidel Helmer, da corretora Hauck & Aufhäuser. O Banco do Estado da Renânia do Norte-Vestfália (WestLB) e a investidora britânica Schlechter, que por exemplo já investiu no Schalke, rejeitaram propostas para ajudar o agora bicampeão alemão.

Com o lançamento pioneiro das ações de um time de futebol na Bolsa de Frankfurt, em outubro de 2000, o Borussia captou 130 milhões de euros no mercado financeiro. Naquele período, o clube acumulava dívidas avaliadas em 120 milhões de euros. Os sinais de decadência começaram a ficar evidentes quando o clube teve um prejuízo de 73,3 milhões de euros.

O período mais pesado da crise no clube já havia derrubado Gerd Niebaum do posto de diretor da sociedade comanditária por ações. Ele também renunciaria à presidência do clube, que comandara durante muitos anos. A falência significaria o fim também de várias empresas ligadas ao Dortmund, como a goool.de Sportwear (artigos esportivos), a agência de viagens B.E.S.T e o centro de reabilitação Orthomed.

 

Fundado em 1909, o Dortmund é um dos times de maior tradição no futebol alemão e europeu. Tem 24 mil associados, 400 funcionários e conta com uma média de 71.806 torcedores por jogo. Foi campeão da Alemanha em 1956, 1957, 1963, 1995, 1996, 2002, 2011 e 2012; conquistou a Liga dos Campeões e a Copa dos Campeões em 1997, e foi finalista da Copa da Uefa em 1993 e 2002.
Os números alarmantes apresentados naquela época quase apagaram o brilho da cor mais alegre do time, que usa uniforme em amarelo e preto. Por mais preta que estivesse a situação, o governo da Renânia do Norte-Vestfália negou ajuda ao clube, o que deixava a torcida mais apreensiva, mas ao mesmo tempo agradou aos contribuintes: "Não devemos usar dinheiro público para pagar o salário de jogadores milionários", disse, sem piedade, o secretário de Esportes, Michael Vesper.

Hoje parece que o clube vive outros ares, administração em dia, notáveis jogadores em campo.