Após 11 anos de ausência em uma final da competição mais importante da América o Decano está de volta, e para sua sétima final de competição, diga-se de passagem, uma final a cada 10 anos (1960 vice, 1979 campeão, 1989 vice, 1990 campeão, 1991 vice, 2002 campeão), o tradicionalíssimo club olímpia do Paraguai voltou a final desde a última em 2002, quando venceu o São Caetano.
A campanha do tri campeão da América foi marcada por salários atrasados, especialmente nos primeiros meses da competição. Em janeiro, jogadores negaram se concentrar em virtude das dívidas. A pré-temporada foi prejudicada: o treinador Ever Hugo Almeida esperava reunir o grupo no Yatch e Golf Club Paraguaio, mas a ausência de recursos vetou o projeto. O presidente Recante abandonou o barco no meio da competição, ou seja, um cenário bem caótico, quem poderia apostar no clube num cenário de terra arrasada como esse? E pra completar a má sorte do clube o lateral Sebastian Ariosa, foi diagnosticado com um câncer o que deixou o clima ainda mais pesado para o Decano.
O futebol paraguaio, exemplificado em sua seleção, não passam pelo melhor momento da história, os clubes paraguaios também estão sem representatividade nas competições sul americanas. Na Libertadores deste ano, o tradicional Cerro Porteño, fez uma campanha horrível. Foram cinco derrotas e um empate em seis jogos, sendo goleado por 5 a 1 pelo desconhecido Real Garcilaso, do Peru. Além disso, o Libertad, que vinha sendo o grande time paraguaio na competição, foi eliminado de forma patética. Após ser líder do Grupo 2, que tinha o Palmeiras, o clube do ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leóz, foi derrotado pelo próprio Alviverde e ainda tomou de 5 do Tigre no mítico defensores del chaco.
Ainda que com essas dificuldades, o Olímpia passou por rivais mais fortes. O time foi o vice líder do grupo que tinha o recém eliminado Newell's Old Boys. Nas 8° de final, eliminou o campeão brasileiro, Fluminense que tem um elenco em questão de valor, muito superior ao do Olímpia. A diferença entre os dois orçamentos era enorme: R$ 144 milhões do Flu, R$ 40 milhões do Olímpia.
Nessa edição da libertadores, o Olímpia tem números bem interessantes, foi o time que mais chutou a gol, 182 arremates, time mais faltoso, 202 faltas, sofreu apenas 11 gols. Foram 8 vitórias, 3 empates e 3 derrotas.
Olímpia possui 8 títulos internacionais em sua sala de troféu, dentre os quais 3 Libertadores e 1 Copa Intercontinental de clubes. É o único clube paraguaio a conseguir ganhar torneios oficiais da Conmebol, e além disso, um dos únicos clubes do mundo a ter ganho uma copa internacional sem jogá-la, já que em 1990 conquistou a Copa Libertadores e nesse mesmo ano obteve a Supercopa Sulamericana, sagrando-se automaticamente campeã da Recopa Sul-americana.
Quando o assunto é o futebol paraguaio, os brasileiros podem ter até um pouco de calafrios. O próprio Olímpia, em Copa Libertadores, consagrou-se por ser carrasco dos clubes do Brasil. Em sua primeira conquista continental, a equipe encarou o Guarani, que era o campeão brasileiro da época, no triangular final e eliminou o Bugre, vencendo por 2 a 1 em Assunção e empatando em Campinas. Já na sua segunda conquista, em 1990, caiu no grupo com Vasco, Grêmio e Cerro Porteño. Venceu ambos os brasileiros em casa, empatado com o Tricolor gaúcho em Porto Alegre e perdendo para gigante da colina no Rio de de Janeiro. Os vascaínos até avançaram para as fases finais, e os gaúchos seguraram a lanterninha do grupo.
Em 2002, foi quando o Olímpia mostrou que era realmente o carrasco do brasileiros. Primeiro, ainda na fase de grupos, complicou a vida do Flamengo. No Paraguai, vitória por 2 a 0 e, no Rio de Janeiro, empate sem gols. Naquela ocasião o Decano foi o líder do grupo e o Flamengo foi pateticamente eliminado na lanterna. Na fase final, que veio o ápice do Rei das Copas. O Olímpia eliminou o forte time do Grêmio nas semifinais chegando à final contra a surpresa do Brasil: o São Caetano. Na grande decisão, perdeu em Assunção por 1 a 0, mas deu o troco vencendo por 2 a 1 em São Paulo e faturando seu terceiro título continental, em pleno Pacaembu, nos pênaltis.
Depois a fama de carrasco continuou. No ano passado, foi o lanterna do Grupo 2, mas quis complicar o Flamengo outra vez. Primeiro, estava perdendo por 3 a 0 no Engenhão e buscou o empate. Em seguida, venceu por 3 a 2 em Assunção. Custou caro ao Rubro-Negro que acabou não avançando à fase de oitavas de final.
Outra figura fundamental para o equilíbrio e força de time é o mítico técnico uruguaio naturalizado paraguaio Ever Hugo Almeida, ex goleiro do clube campeão em 79 e 90 da libertadores com o clube, só trabalhou no Paraguai. Ele conseguiu implantar uma forma de trabalho, apesar de todas as dificuldades já sitadas, o que tornou um time extremamente duro de ser vencido em Assunção e fora sempre dá muito trabalho. O Olímpia joga num esquema bem organizado, num 3-4-3, com alas que aparecem muito como alternativa de ataque. Grande destaque do time é o perigoso atacante Barreiro. Média de idade do time é de 25 anos, time que é bem alto em quase todos os setores, 1,80 é a média de altura.
"O Olímpia tem muitos culhões. Já não interessa a altitude que nos complicou durante o jogo. Não se negocia com a garra e a atitude. Deixamos tudo no campo. Se sofreu muito com o gol deles (Santa Fé), foi extraordinária a atuação de Martín Silva (goleiro). Entramos pela janela no torneio, ninguém confiava em nós e estamos na final".
Este si es un excelente comentario, libre de parcialidad, escribe lo que es realmente el OLIMPIA de hoy, un equipo guerrero que ira por su cuarta copa libertadores!! Fuerza OLIMPIA y gracias Emanuel Mourao por tan brillante escrito, parabens!!
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