A eliminação da Espanha de forma prematura ontem representa não o fim do "ciclo", mas uma necessidade latente de renovação. Os espanhóis talvez não se prepararam pra ser a "vidraça". Sempre foram encarados como uma equipe que chegava na hora H amarelava, não dava sequência a toda expectativa por trás da antiga fúria. Em 2008, ao vencer a euro diante da forte Alemanha, os espanhóis acalçaram um status maior no mundo do futebol. Ao mesmo tempo o Barcelona começava um trabalho que seria toda a base do sucesso da seleção espanhola. O mundo conheceu o Tiki-Taka. Esse jeito de jogar chegou ao auge no título da copa do mundo em 2010, quando não deu chances para os adversários e contando com os gênios Iniesta e Xavi.
Em 2014 a Espanha chegou ainda apegado ao mesmo estilo mas com peças mais envelhecidas, talvez a transição de geração não foi feita, 16 jogadores de 2010 estavam na lista final de Del Bosque. A copa do mundo cobrou o preço dessa falta de entendimento do momento de seus pilares, Xavi com 34 anos passou uma temporada temerosa no Barça. O capitão Casillas passa pelo inferno astral, apesar do título europeu, não foi titular na campanha da Liga. Enfim, a Itália de 2010, quando chegou campeã e apostou na formula com jogadores envelhecidos e com o mesmo técnico de 2006, e foi eliminada na 1ª fase sem fazer gol e ficando na lanterna, não serviu de parâmetro para os espanhóis. A chegada de Diego Costa a esse esquema de jogo talvez tenha sido a tentativa de mudar uma característica do time. O que na prática não se tornou efetiva, o entendimento do meio campo com esse ataque não deu liga. Time com "vícios" que a presença de um atacante não seria simples.
Mas o Tiki-Taka é um sistema de jogo que precisa ser aperfeiçoado. Todas as grandes escolas escola de futebol mundial possuem uma característica de jogo, não acho que a Espanha deva mudar seu estilo, precisa renovar, oxigenar o estilo, evolução fará bem a seleção que terá em 2016 a possibilidade de conquistar o tri da Europa na França. Após assimilar o duro golpe da eliminação, a Espanha já pode enxergar um futuro de renovação que é uma grande realidade. A Espanha é a atual campeã europeia sub 21. Uma das receitas da mudança do futebol espanhol passou pelas categorias de base que foram reformuladas, receita do sucesso alemão e da tal "geração belga".
Jogadores como Koke (Atlético Madrid), De Gea, (Manchester United), Thiago (Bayern), Carvajal (Real Madrid), Iñigo Martinez (Real Sociedad), Muniain (Athletic Bilbao), por exemplo são o futuro de "la Roja". Outros que estão chegando pra compor essa renovação, Bartra (Barça), Delofeu (Barça), Óliver Torres (Atlético Madrid), Denis Suárez (Sevilla), Rubén Blanco (Celta), são jogadores que precisam de uma maior maturação pra pensar em 2018 na Rússia. Por tudo isso, a Espanha deva apenas reformular sua base de jogadores e oxigenar o Tiki-Taka. Trabalho a médio e longo prazo há.
Grande Mourão! Sempre com belos textos. Parabéns.
ResponderExcluirÉ claro que agora fica mais fácil para avaliar, mas acredito que os espanhóis poderiam ter feito como os holandeses, que trouxeram para esta copa uma mescla de craques experientes, com bons valores e essa receita deu liga como ninguém esperava. Eles mostraram que não é necessário esperar que uma geração termine para que a outra tenha início.
ResponderExcluirSe trouxermos essa avaliação para a nossa seleção, talvez um que pudesse integrar a lista dos 23, seria o Kaka, mas penso que o momento de mesclarmos já passou. A 4 anos o teimoso do Dunga deveria ter iniciado este processo, levando pra África, Neymar e Ganso.