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segunda-feira, 3 de março de 2014

MUDANÇA PROVIDENCIAL.



Toda vez que mencionamos o campeonato argentino sempre nos vem a cabeça dois clubes, Boca e River, o que é muito justo pelo que fizeram em toda a história do futebol portenho. Mas algo bem incomum acontece nessas ultimas temporadas, nenhum dos dois conseguem ser protagonistas do campeonato interno. Hora por conta da questão econômica, uma enorme crise que aflige todos os setores da sociedade argentina e por consequência acaba influenciando diretamente no investimento no clube ou por erros de planejamento.

Enquanto o River vagou pela segunda divisão e não joga a Libertadores desde da temporada 2009, o seu rival, apesar de finalista em 2012 muito mais pela força de sua camisa do que por algum sopro de bom futebol, vaga pela 1° divisão se gabando de ser o único dos cinco grandes a não ter sido rebaixado. E esse é o ponto que quero explanar um pouco, sobre a situação de falta de oxigênio que acomete o tradicional clube argentino.

Boca quando trouxe Carlos Bianchi em 2013 quis reeditar a parceria de sucesso com Riquelme, que voltou ao time depois de um longo sabbath, mas não percebeu algumas coisas importantes haviam mudado.O clube sempre se notabilizou dentro da Argentina por ser um clube revelador e comprar jovens talentos de clubes rivais. Esse Boca de Bianchi, que gira em torno de Roman não desenvolve, é um time que não consegue ter um padrão, os jovens se demonstram muito nervosos com a pressão. Talvez tenha havido um grande erro de avaliação para a contratação de Bianchi, esse atual Boca não é nem de longe aquele time que o professor comandou nos áureos inicio dos anos 2000, quando venceu três libertadores (2000, 2001 e 2003). A sensação que dá é que essa equipe não fará nada a mais do que tem feito.




Por todas as características já colocadas acima, se fosse haver uma sucessão de poderes nos Xeneizes, eu teria dois nomes para pensar nessa mudança; O primeiro poderia ser o ótimo Ricardo Gareca, que recentemente deixou o comando do Vélez depois de 5 anos a frente do Fortin, conquistando o Campeonato Argentino (clausura) logo em sua chegada, o vice de 2010 (apertura), o terceiro lugar na Libertadores de 2011, depois de uma eliminação traumática pelo Peñarol, um novo título de Campeonato Argentino em 2011 (clausura) e o torneio inicial de 2012, dando direito de disputar a Super Final 2012-13, diante do Newell´s e vencendo posteriormente e tornando-se assim um dos principais técnicos argentinos da atualidade. E alem de ser um técnico muito competente no quesito trabalho e promoção de jogadores de base. Ao todo, foram 33 jogadores aproveitados das canteiras que o treinador promoveu ao time profissional, alguns exemplos foram: Héctor Canteros, Desábato, Mariano Bittolo, Rescaldani, Maximiliano Giusti, Augustín Vuletich, Brian Ferreira, Gino Peruzzi, Federico Freire, Lautaro Gianetti, Augustín Allione, Lucas Romero, Villalba. Durante esses cinco anos, Gareca dirigiu o time em 254 jogos. Foram 129 vitórias, 65 empates, 60 derrotas, 367 gols marcados e 215 sofridos. 



O outro que poderia ser candidato a essa vaga seria o ex-jogador e altamente identificado com o clube e um jovem treinador que vai alcançando grande renome dentro do meio dos "professores" na Argentina, Guillermo Schelotto, que faz um trabalho admirável a frente do Lanús, que também conta com bons jogadores no elenco. Ele conseguiu implementar uma filosofia de mescla entre jogadores jovens, das canteiras com jogadores já experimentados, essa experiência deu uma liga sensacional ao clube e conseguiu conquistar o inédito título da copa sul americana. Clube tradicionalmente ligado ao basquete, vai ganhando status de time que atrapalha os grandes, muito se deve ao trabalho dos irmãos Schelloto. Passou 10 anos como jogador do Boca Juniors, esteve em 196 jogos e fez 62 gols. Venceu 10 títulos com a camisa Xeneize. Maior identificação impossível.

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