Na noite da quarta feira vimos a história passar bem debaixo de nossos olhos, além obviamente um dos maiores clubes brasileiros conquistar pela primeira vez o título continental, se olharmos do outro lado, veremos que não foi apenas esse fato a se destacar da grande final da libertadores da América 2012, também podemos ter uma nítida impressão que uma era vitoriosa de um dos clubes mais tradicionais da Argentina e do mundo, o Boca Juniors, se encerrou.
O Boca Juniors já havia conquistado a América em 1977 e 1978 quando iniciou-se, talvez, o período mais vitorioso da história do clube, o que eu chamo da descoberta do El Dorado do futebol, começo dos anos 2000, quando conquistou quatro libertadores no período de sete anos, 2000; 2001; 2003 e 2007, sendo três dessas conquistas em cima de clubes brasileiros, Palmeiras (2000); Santos (2003) e Grêmio (2007), tornando-se o grande bicho papão de títulos continentais, tendo brasileiros como principais vítimas. E nesse período também vieram dois títulos de mundiais interclubes (2000 e 2003), duas copas sul americanas ( 2004 e 2005) e três recopas sul americanas (2005, 2006 e 2008). Enfim, foi a grande década da história do Boca, chegaram a tal ponto que eram conhecidos como os verdadeiros "Reys de Copas", apelido que é usado para definir o clube mais vitorioso da América, o Independiente, que possui sete títulos de libertadores.
Nesse período de conquistas, destacara-se jogadores importanmtíssimos, além da grande e talvez o maior técnico da história do clube Xeneize, Carlos Bianchi, jogadores como Juan Román Riquelme e Martín Palermo, Federico Insúa, Rodrigo Palacio, Jesús Dátolo, Cata Díaz, Fernando Gago, Guillermo Barros Schelotto, Nicolás Burdisso, Carlos Tevez e Ezequiel González, "Pato" Abbondanzieri. Fizeram verdadeiros esquadrões; quem não lembra da forma arrasadora com qual triturou Santos e Grêmio nas respectivas finais.
Nessa temporada, o Boca voltava a disputar a libertadores depois de dois anos de ausência, chegou a competição sem grandes expectativas, mas muito temido por todo o histórico que já foi contando. Talvez dessas participações Xeneizes mais recentes, esse não era a melhor equipe formada pelos argentinos; Contava com o interminável craque, Román Riquelme e bons e jovens valores, como Pablo Mouche, o goleiro Orión, Civitanich e com os experientes, Schiavi, Clemente Rodriguez, "El Tanque" Santiago Silva e Battaglia que junto de Román davam o toque de experiência ao time. Campanha bem discreta na primeira fase, só houve grande destaque para as quartas de final, quando eliminou o Fluminense nos apagar das luzes. Depois foi evoluindo de fase, passando pelo ótima Univercidade de Chile e chegando a final, cercado de muita expectativa, pois afinal de contas, tinha chances de se igualar ao rival local e ganhar pela sétima vez a libertadores.
Mas o que se viu nessas duas finais, diferentes de outras ocasiões, quando sempre vencia seus jogos na mítica Bombonera e destruía seus rivais fora de casa, foi um time muito sem inspiração e dava a sensação que havia chegado a final por conta de ter uma camisa que "entorta varais". Em momento algum se viu um Boca dominador, tanto na Argentina quanto no Brasil, quando foi exposta pelo ótimo time de operários do Corinthians, e ai não vai nem uma crítica e sim uma constatação de que se pode montar um ótimo time sem peças excepcionais.
Saldo dessa derrota, um inevitável desmantelamento do elenco, a começar pelo grande astro, que tem em sua sala de troféus particular três das quatro libertadores conquistadas, só não esteve me 2003 pois estava no Barcelona. Mouche já é cotado para deixar o clube, Schiavi, aos 39 anos, já não deve mais fazer parte dos planos Xeneizes, enfim, afundou junto do sonho da tríplice coroa, tinham em seus planos a conquista do clausura, perdido para o Arsenal de Sarandi, Libertadores perdida para o Corinthians e ainda lhes resta a final da Copa da Argentina, que ocorrerá em Agosto diante do tradicional Racing (Aguante, La Acade, rs).
Com todo esse cenário, acredito que o Boca passará por uma grande período sabático de reorganização e novos planejamentos, acho que esse gigante entrará em obras.
muito bom o texto Emanuel ! bem reflexivo ainda mais sobre o novo período que se inicia, com certeza o Boca terá que fazer renovações na equipe, o que pode ser positivo se o clube arrumar atletas bem comprometidos com a história sensacional do clube xeneize !
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