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domingo, 10 de junho de 2012

GUARDIOLA E A CBF


Nesse texto vou tentar analisar uma questão que vem sendo colocada ultimamente desde a saída de Pep Guardiola do comando do Barcelona, muitas pessoas cogitam a possibilidade de o técnico catalão assumir a seleção brasileira de futebol, vamos que tipo de cenário Guardiola encontraria se supostamente chegasse ao comando da seleção da CBF.

Para iniciar essa analise não podemos deixar de citar a grave crise técnica de talentos que nos encontramos, falta de grandes jogadores, o Brasil que já foi reconhecidamente a grande seleção de futebol, pais mais vitorioso do futebol mundial, com 5 títulos mundiais conquistados, hoje amarga uma falta de perspectiva técnica gigantesca. O auge dessa seleção parece ter ficado no passado, principalmente nas décadas mágicas de 50, 60, 70 e 80, quando pode se também observar o interesse popular pela seleção, talvez a ultima grande seleção que tenhamos visto com empolgação foi a de 1994, quando tínhamos uma time com boa qualidade mas muito subestimado por conta de ser um time que não empolgava, mas mesmo assim foi vencedora.

A seleção de 2002 se destaca por ter sido campeã mundial, mas foi uma seleção que ficou mais marcada pela superação das lesões do Ronaldo, pela grande copa que Rivaldo jogou do que propriamente dita às atuações que não chegaram a empolgar, fora a final é claro, que foi um banho de bola na Alemanha. A seleção de 2006 talvez tenha sido aquilo que de melhor teríamos em 10 anos em termos de nomes para a montagem de uma seleção, os principais jogadores do mundo naquela época eram brasileiros, como esquecer a temporada que Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Kaká faziam na Europa, mas, contudo aquela seleção não tinha o comprometimento devido para ser campeão mundial e, aliás, Parreira não conseguiu dar padrão aquele time, consegue imaginar Pep comandando um grupo sem comprometimento necessário?

Levando essa análise para os técnicos, podemos dizer que o ultimo grande técnico que dirigiu a seleção brasileira foi Telê Santana, com aquela grande seleção dos anos 80, ok, você pode se perguntar, mas Parreira e Felipão não entram nessa lista? Eu diria que poderíamos colocar por que foram campeões mundiais, talvez a copa de 1994 tenha dado ao Parreira a grande sorte que Telê não tenha tido, mas olhando para seu comando na copa de 2006, onde talvez tenhamos tido a grande seleção brasileira em 10 anos, não conseguiu dar um possibilidade daqueles grande jogadores, e um pouco por culpa dos próprios, jogar o grande futebol que se esperava. E Felipão com sua seleção de 2002 ficou mais marcada pela forte defesa do seu 3-5-2 do que por bom futebol. Obviamente longe de qualquer questionamento ou tentativa de diminuir os feitos desses técnicos que merecidamente foram campeões mundiais, a questão aqui é demonstrar onde encaixamos as inovações técnicas e táticas.

Falando em termos caseiros, talvez o grande último técnico que tivemos foi Vanderlei Luxemburgo, principalmente, no inicio dos anos 90, com o Palmeiras da Parmalat, no fim dos anos 90, com aquele Corinthians bicampeão ou o Cruzeiro do inicio dos anos 2000. Muricy com seu São Paulo tricampeão brasileiro se caracterizou muito por fortes defesas e muito pouco de inovação técnica.

Essa pequena análise é para demonstrar qual nível técnico que nos encontramos nesse exato momento. Se caso Guardiola assumisse a seleção do país encontraria uma time que raramente joga em seu país, convocações questionáveis por conta desses compromissos internacionais, liberação de uma lista prévia para o presidente da confederação, baixa qualidade técnica de jogadores, tirando Neymar que é o que há de melhor no futebol nacional, você não encontra nenhum grande jogador brasileiro em grandes clubes mundiais. Fora a resistência de uma ala “radical” da mídia tupiniquim que jamais aceitaria a presença de um técnico estrangeiro no comando da seleção brasileira e não o deixaria trabalhar tranquilamente.

Guardiola que em 4 anos de Barcelona, ganhou 13 títulos de 19 disputados, não seria bom o suficiente para o lugar de Mano Menezes, ou alguém acha que Muricy Ramalho que seria a bola da vez, faria algo diferente do atual técnico? Nossa crise atual passa por jogadores e técnicos também. Talvez o Catalão pudesse fazer uma revolução não só na seleção principal, mas também movimentar e melhorar as categorias de base.

Enfim talvez fosse uma grande oportunidade de voltarmos a ser os maiores no futebol mundial, será que nossa arrogância nos deixaria ver que não somos mais os melhores e nem estamos mais perto deles? Será que aceitaríamos um espanhol dizer o que é melhor para o futebol mais vencedor do mundo?

Qual é sua opinião?


Um comentário:

  1. O que falta são jogadores de alto nível, como você bem mencionou, a gente tinha nas décadas passadas, eram no mínimo 3 jogadores bons pra cada posição, hoje são no máximo 2 (e olhe lá). Pode ser o técnico que for, se essa seleção não tiver uma "cara", não for unida, não irá a lugar nenhum.

    Excelente post, abraços.

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