Foram exatamente 363 dias de agonia e angustia por parte de um dos maiores times da argentina e do mundo, o glorioso River Plate protagonizava uma das páginas mais vergonhasas de sua história ao cair para a segunda divisão do futebol argentino. Qual torcedor milionário (como são conhecidos os torcedores do River) não lembra daquela fatídica tarde início de noite de Buenos Aires, no monumental de nuñes? O destino pregava uma peça dolorosa, naquele trágico dia de 26 junho, comemorava-se 15 anos do bicampeonato da taça libertadores. Sempre acostumado com as vitórias e os triunfos, nem o mais incrédulo torcedor do River imaginaria um roteiro tão dramático e melancólico para aquele dia, que poderia ser um grande dia de festa e representar a salvação do inferno. Na verdade, o time milionário não caiu naquele dia, e sim já vinha se desmoronando estruturalmente a alguns anos, culpa de péssimas administrações, investimentos altos em jogadores que não deram resposta, clube muito bagunçado e ausência de títulos, ingredientes que levaram esse gigante portenho ao pior dos mundos, o rebaixamento a segunda divisão.
Link com a 1º parte desse jogo contra o Belgrano
http://www.youtube.com/watch?v=QapsVN8joRI&feature=related
Esse nova realidade do gigante centenário era dolorosa e dura, era necessário medidas que fizessem esse clube se levantar, pois, em geral, as segundas divisões dos grandes campeonatos do mundo sempre são muito disputadas e difíceis, condições de trabalho precário, campos ruins e pressão da torcida muito grande, até porque, para muitos desses clubes, diria 90% deles, não tem o costume de jogar contra esses grandes times, a exposição em jogos desse porte é muito grande. Quando qualquer grande time cai, os times de menor expressão veem a oportunidade de tentar fazer algo diferente, dirigentes atrás de renda para sustentar os clubes, o jogadores tem a chance de darem um salto em suas carreiras tentando garantir melhores contratos e clubes de maior porte e pros torcedores chance de tirar uma casquinha do momento ruim do rival, enfim, esse é o cenário que aguardaria o River.
Uma parte da imprensa portenha acreditava que o clube milionário subiria com facilidade, com algo em torno de 15 pontos de diferença, ou coisa do gênero, tenho a acreditar que uma parte da torcida também acreditava que seria uma tarefa mais simples.
O clube precisava se concentrar na montagem de um time que fosse minimamente confiável e competitivo, pois a competição que seria disputada agora, requeria esse tipo de comprometimento, não podia passar na cabeça de ninguém dentro da Argentina, que o River fosse ficar mais de uma temporada na segunda divisão.
Alguns jogadores como, Cavenaghi, Trezeguet, Ponzio, Chori Dominguez, compraram essa ideia, jogadores vitoriosos e com bastante mercado fora, vieram para tentar ajudar a tirar o clube da lama, atitude louvável de caras que simplesmente amam o clube e queriam ajudar no momento mais difícil da historia, vieram para mostrar gratidão pelo clube de seus corações. No comando dessa jornada um técnico que não havia experimentado um desafio tão grande em sua vida, Matias Almeyda, ídolo do clube, que havia abandonado o futebol, como jogador e agora ia assumir o clube como treinador, talvez a sua falta de experiencia acabou sendo um dos fatores que fizeram o River ter tanta dificuldade na segunda divisão.
Conforme a competição foi ganhando corpo, aquela facilidade que muitos acreditavam que seria a vida dos milionários na segundona foi acabando e ganhando ares de preocupação e em alguns casos ares dramáticos, pois demorava muito para que o River assumisse uma postara de grande time e ficasse com a primeira posição do torneio sobre sua batuta até o fim da competição. Mas algumas derrotas foram vindo e o medo de um novo fracasso se aproximava. A lógica desse post não é contar a saga do River na segunda divisão e sim chegar ao momento que todos queriam, vou me ater apenas a última rodada.
A última rodada, o River só tinha uma situação para chegar ao acesso direto, sim o River castigou seus torcedores em só decidir no ultimo jogo a vaga para volta a elite, vencendo um adversário que não tinha mais nada a fazer na competição, a não ser atrapalhar os planos do River. O Almirante Brown que é conhecido por ter uma torcida muito atuante no que se refere a violência, não foi o grande adversário e sim o nervosismo e a ansiedade que estava no ar do monumental de nuñes, isso passou para os jogadores, tornando a partida bem mais difícil do que seria normalmente. Quis o destino que seu principal concorrente a essa volta a elite fosse um time de Córdoba, o Instituto que jogava em casa contra o despreocupado Ferro Carril. Se ambos vencessem subiriam direto sem passar pelo terror da chamada Promoción, que é uma especie de repescagem para a vaga de acesso.
O Jogo foi bem nervoso, jogadores erravam muitos passes, o clima no estádio só amenizou quando seus principais concorrentes começaram a não ganhar seus jogos, em especial o Instituto que foi derrotado em casa, coisa que ninguém imaginava. Saldo da batalha, River conseguiu uma vitória construída com muita garra, sofrimento e união, 2 x 0 e com pênalti perdido por Trezeguet, o francês de família argentina que tinha um sonho de jogar no time da família.
Torcedores do Boca é óbvio que vibraram com a volta do rival, afinal de contas, o campeonato argentino sem o super clássico não fazia sentido para os Xeneizes, que apesar das gozações que empreendiam contra os torcedores milionários, no fundo de sua alma desejava tanto quanto os torcedores rivais a volta de seu principal adversário, a solidão para ambos não faz bem ao futebol portenho.
(notem a alegria deles com a volta do River)
Para finalizar, o River precisa pensar seriamente no futuro, pois a torcida não quer mais passar por esses dias de sofrimento e angustia, aquele torcedor que encheu o monumental na tarde do dia 23 de junho de 2012 anceia por dias mais felizes e vitoriosos, pois o triunfo combina mais com o time milionário do que qualquer outra coisa.
Primeira B Nacional, o prazer foi todo seu, seja feliz , vou embora por que ai não é meu lugar e até nunca mais!
Primeira B Nacional, o prazer foi todo seu, seja feliz , vou embora por que ai não é meu lugar e até nunca mais!
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