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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PROJETO SIMPLES E EFICIENTE

Algo que chama nossa atenção de uns 5 ou 6 anos pra cá, é como a liga alemã cresce a olhos vistos, apesar de não ter um campeonato tão atraente no quesito nível técnico ou competitividade de seus clubes a nível europeu, com exceção do sempre forte Bayern de Munique, que historicamente carrega o nome da Alemanha pelos quatro cantos da Europa, a bundesliga é um sucesso de público.


Um estudo da Pluri Consultoria envolvendo 16 países colocou a Bundesliga com um dos ingressos mais baratos entre as ligas nacionais, levando em conta o poder aquisitivo da população desses países  Só perde para Holanda e Japão. No topo da lista, com o ingresso mais caro dos países estudados, está o Brasil. Por isso entende-se porque estádios cada vez mais vazios.

Mais do que baratear o custo dos ingressos, a Bundesliga trouxe de volta o interesse do torcedor que andava muito morno, principalmente nos anos 80 e 90 (quando ainda era dividida em dois, até 1991). A consequência disso é uma presença cada vez maior não só de homens, mas mulheres e crianças que também contribuem para um crescimento que parece não ter fim. Muito também desse processo se dá pela modernização de estádios que aconteceram para a Copa de 2006. Processo que passou a Inglaterra no relatório Taylor, que elitizou o futebol por lá e pode ser que aconteça com o Brasil (o que eu acho difícil).


A relação entre os clubes e o fisco alemão é simples. É obrigatório que mais da metade das ações do clube (50% +1) sejam dos sócios. Não é permitida a venda do clube, como nos casos do Chelsea, Manchester City, Mônaco ou do PSG. As únicas exceções são o Bayer Leverkusen e o Wolfsburg, fundadas pela industria farmacêutica Bayer e pela montadora de automóveis Volkswagen, respectivamente. As regras financeiras são rigorosas e as punições em caso de débitos com clubes e jogadores são irreversíveis e inquestionáveis. Eventualmente algum milonário pode investir algum dinheiro no clube, como o caso de Dietmar Hopp, fundador do programa SAP e investidor do Hoffenheim, mas sempre dentro das regras já dispostas.

O resultado é uma competição de certo modo justa mas pouco competitiva no âmbito europeu. O Bayern de Munique ainda é a grande curva fora desse equilíbrio, pois tem uma arrecadação maior de todos por ter 10 milhões de torcedores, com um grande poder aquisitivo. Mas também isto é reflexo de 23 anos de grandes arrecadações. E mesmo assim, no período de 1990 até hoje, ganhou 12 títulos nacionais (23 no total, 14 a mais que o 2° colocado, o Nuremberg que ganhou seu último título em 1968), acumulou 5 finais de UCL, 3 vices e 2 títulos. O outro alemão que conseguiu um título expressivo nesse período foi o Borussia Dortmund, campeão UCL em 1997 e 1 vice na temporada passada e 5 títulos da bundesliga. Um domínio bem parecido com de outros países, especialmente na Inglaterra (13 títulos Manchester United), Itália ( 7 títulos de Juventus e Milan) e Espanha (12 títulos do Barcelona). O que torna a liga não tão diferente assim das citadas acima.


Impulsionado pelos novos estádios do Mundial de 2006, a média de público alemã foi as alturas. São no total de 45 mil torcedores por partida, a melhor do futebol mundial. E na Segunda Divisão é de 17 mil, melhor que todos os últimos anos no Brasil, exceção feita ao Corinthians, que há 3 anos alavanca um pouco a média tupiniquim. Fidelizar o torcedor da classe média alemã, com ingressos baixos e a aproximação da torcida com o clube, é o caminho de muito sucesso.

MÉDIA DOS PRINCIPAIS CAMPEONATOS:

1) Campeonato Alemão: 45.116 torcedores/jogo
2) Campeonato Inglês: 34.600 torcedores/jogo
3) Campeonato Espanhol: 28.796 torcedores/jogo
4) Campeonato Mexicano: 25.288 torcedores/jogo
5) Campeonato Italiano: 22.466 torcedores/jogo
6 ) Campeonato Holandês: 19.466 torcedores/jogo
7) Campeonato Francês: 18.870 torcedores/jogo
8) Campeonato Argentino ( Clausura 2011/12 ): 18.112 torcedores/jogo
9) Campeonato MLS (EUA + Canadá): 17.869 torcedores/jogo
10) Campeonato Inglês - 2ª divisão: 17.729 torcedores/jogo
11) Campeonato Chinês: 17.651 torcedores/jogo
12) Campeonato Alemão - 2ª divisão: 17.233 torcedores/jogo



MÉDIA DE TORCEDORES NOS PRINCIPAIS CLUBES ALEMÃES:

Bayer Leverkusen 
27,688(91,7%)

Dortmund 80.500 (99,7%)

Bayern de Munique 71.000(100%)

Schalke 04 61,019(98,9%)

Hamburgo 52,407(91,9%)
Stuttgart 49,816(82,4%)

Mönchengladbach 48,989(90,6%)








sábado, 7 de setembro de 2013

GERAÇÃO TALENTOSA = COPA DE 2014


Algum tempo atrás, escrevi nesse blog sobre a possibilidade de uma grande seleção europeia voltar aos holofotes da copa do mundo, a Hungria, (http://futebolreflexivo.blogspot.com.br/2013/03/a-volta.html), hoje se encontra a 2 pts de uma repescagem, mas parece que uma outra força tradicional da Europa parece estar ressurgindo baseado em uma geração que parece ser muito talentosa. Alguém em sã consciência teria a ousadia de apontar os belgas como candidatos ao troféu no Brasil? Essa geração que está levando a Bélgica a copa, faz os torcedores da terra do chocolate e das ótimas cervejas, acreditarem que podem fazer algo diferente. Mas qual foi o marco dessa mudança de mentalidade?

Após a participação ridícula da euro que sediou ao lado da Holanda em 2000, o futebol belga sentiu uma necessidade de evolução tática no futebol que já parecia defasado. Óbvio que essa modificação no estilo de jogo não começaria de cima. A exemplo do vizinho, a Bélgica passou a adotar o 4-3-3 em suas categorias inferiores, dando um padrão a todas as esferas do futebol profissional. Por ser um time que joga a muito tempo junto, muitos deles jogam desde de as categorias de base, a união parece ser o ingrediente a mais nessa geração talentosa e de cabeça boa. Todas essa grande campanha tem uma explicação. A nova geração de jogadores belga é muito boa, e a grande maioria joga nos grandes centros da Europa, sendo muitas vezes protagonistas. Do goleiro ao centroavante, o time belga tem jogadores importantes e com uma baixa média de idade. Em geral, as convocações tem média de 25,3 anos, mas com muita experiência.

A última vez que a Bélgica esteve na copa do mundo, foi no Japão/Coréia, em 2002, quando parou nas 8° de final diante do Brasil, num jogo até hoje bem polemico, por erros de arbitragem. Jogadores como Witsel, Lukaku, De Bruyne, Hazard, Benteke, Courtouis, Mignolet, Kompany, Vertoghen, Vermalean, Defour, Dembelé, Chadli,Jelle Vossen ou Mirallas são alguns dos nomes que estão a serviço da seleção e estão encarregados de fazer história no Brasil. Um detalhe é a questão das origens desses jogadores, alguns deles tem descendência de africanos, mas isso não significa separação no elenco, como acontecia com a Holanda a tempos atrás.

Depois de jogadores da geração do fim dos anos 80 e início dos anos 90 como: Gerets, Vercauteren, Wilmots (que é o técnico dessa seleção), Scifo ou Preud'homme, esta geração é a mais próxima de trazer de volta a Bélgica a maior competição de seleções do mundo. Na atual fase de grupos têm 8 jogos, 7 vitórias e 1 empate e 0 derrotas, tem o melhor aproveitamento dentre a seleções, 91,7%, desbancando as poderosas Alemanha e Espanha. A seleção Belga se encontra na liderança do grupo, com 5 pts a frente do segundo colocado, Croácia e quatorze a frente do terceiro, a Sérvia. Só uma grande tragédia não trará os belgas ao Brasil em 2014.

Dos 27 jogadores chamados por Wilmots, 10 jogam na Inglaterra. Dois no Chelsea, Dois nos Spurs, um no City United, Arsenal, Everton , Aston Villa e Liverpool. Enquanto a Inglaterra vai entrando em decadência cada vez mais, os belgas aproveitam a melhor liga do mundo pra levar a sua seleção a copa.

domingo, 1 de setembro de 2013

O QUE HOUVE COM O CAPITÃO?



O que há com o lendário goleiro do Real Madrid nos últimos 13 anos? Quando José Mourinho saiu do clube no início dessa temporada, treinador esse que não era a unanimidade dentro do elenco, e visivelmente sem ambiente, Iker Casillas de 31 anos acreditava que os bons tempos poderiam voltar com a chegada de Ancelotti. Mas as coisas não aconteceram dessa forma. Será que a contusão da mão ainda o aflige? Ou o ambiente não está mais a favor do capitão?

Parece que o capitão vive seu inferno astral. Dizem que o jogador está visivelmente frustrado por estar amargando o banco de reservas, coisa que é inédita para o capitão da seleção espanhola campeã do mundo de 2010. A briga com Mourinho parece que foi definitiva para o início dessa má fase, em dezembro de 2012, Casillas abandonou um jogo na Andaluzia pela Liga sentindo uma contusão na mão contra o Málaga, Adán entrou em seu lugar. Este foi o início de uma série de desentendimentos entre o treinador Português e o jogador, alguns dos quais, assuntos internos, foram exibidos na imprensa pelo próprio Casillas. Este fato gerou uma mudança de opinião de alguns torcedores do Real, que deu a Casillas o apelido de "Topor" (a junção de "topo" e "portero" goleiro em espanhol para " toupeira "e" goleiro", respectivamente), e de lá pra cá vive a sombra de Diego López, que voltou ao clube depois de 5 anos, após a contusão de Casillas que o afastou do time titular por 1 mês, nesse meio tempo, López foi uma verdadeira muralha.


Ancelotti não o colocou como titular nas vitórias sobre Bétis, Granada e na última partida realizada diante do Athletic, uma vitória por 3 x 1. Inclusive no jogo diante do Granada, torcedores que foram a cidade de Granada acompanhar o time de Madrid gritaram o nome de Casillas. O que demonstra que a devoção dos torcedores continua alta. Apesar de uma enquete feita no jornal Marca aponta que 75% dos 50 mil internautas acreditam que Iker deveria buscar uma nova equipe nessa temporada.



Alguns clubes já demonstram interesse em Casillas, Arsenal, Manchester United e até o grande rival, Barcelona, que deve ter a saída de Valdés no fim da temporada que vem.

Um dos jogadores mais representativos desse elenco atual do Real, não só pelos títulos conquistados, mas por ser um simbolo madridista, e o grande capitão desde de a saída de Raul, outra lenda, em 2010/2011. Ele também possui um dos contratos mais longos do atual elenco, término em 2017. Casillas é uma das grandes crias das categorias de base do clube merengue, chegou ao clube aos 10 anos de idade, e foi titular pela 1° vez aos 16 anos numa partida de UCL. Mas se tornou titular em plena final da UCL de 2000 diante do Valencia, quando o até então goleiro alemão Illgner se contundiu, e o jovem de 18 anos assumiu esse "pepino". Na Seleção Espanhola, Casillas teve um crescimento parecido com o que aconteceu no Real. Ele começou nos times de base e subiu até sua estreia, em junho de 2000, na vitória contra a Suécia. Ao longo dos anos, ele se transformou no goleiro indiscutível da seleção. Em 2008, levantou o troféu da Euro, depois de um torneio memorável no qual foi uma das grandes estrelas, especialmente nas quartas de final, quando defendeu dois pênaltis contra a Itália. Seu trabalho também foi importante na semifinal, onde, apesar de não ter sido exigido muitas vezes, respondeu com brilho quando precisou. Na decisão, fez grandes defesas para garantir o título.




Os números de Casillas são históricos: Nos 13 anos de clube, como jogador profissional, são no total 654 jogos e 693 gols sofridos, média de 0,92 de gols sofridos. 5 títulos espanhóis. Com a seleção, 2 Euros e 1 copa do mundo.