Apesar do últimos dias a imprensa paraguaia cravar que Roman estaria a caminho do Cerro Porteño, a decisão de se retirar do futebol foi a decisão mais acertada de um dos maiores jogadores da história em sua posição.
Riquelme passou os últimos seis meses de sua gloriosa carreira em seu clube formador, o Argentinos Juniors, essa volta as origens foi encarada como uma demonstração de gratidão ao clube que o projetou a o mundo e que estava na 2ª divisão. Com o objetivo alcançado, Riquelme saiu de "Los Bichos" com mais um dever cumprido.
Algumas razões que o levaram o argentino a decidir encerrar sua carreira, talvez a mais forte e compreensível, diga-se de passagem, foi a incapacidade que o meia manisfestava de enfrentar o grande amor de sua vida, o Boca Jrs.
"Tentei dar o meu melhor ao Boca, Argentinos Jrs., Villarreal, Barcelona e para a seleção. Estou muito feliz com minha trajetória", Riquelme
"O futebol é o jogo mais lindo, desde criança fui encantado pelo esporte. Tenho muitas lembranças e espero que as pessoas tenham gostado de como eu joguei futebol", disse Roman.
"José (Pekerman) me ensinou muito. Tive a sorte de jogar com muitos grandes jogadores e tive grandes treinadores", disse um Riquelme que quase nunca demonstrou emoção em campo com os olhos marejados.
"Eu também tive o privilégio de trabalhar com Bianchi, Bilardo, Basile, van Gaal e vários outros, com os quais, felizmente eu tenho uma boa relação e continuo falando, como Claudio Borghi, por exemplo. Eu fui o tipo de jogador que sempre acreditou que todos os treinadores ensinavam um pouco pra evolução do meu jogo".
A estreia de Riquelme no Boca aconteceu em 10 de novembro de 1996 em uma vitória de 2 x 0 sobre a Unión pelo campeonato argentino. Com o elenco "xeneize" ganhou seis títulos nacionais, cinco internacionais, incluindo três Copa Libertadores de América, um mundial de clubes e uma copa sul-americana, em 14 temporadas no clube.
Aos 36 anos de idade, Roman deixará um legado impenetrável, não tanto na seleção, onde não houve uma grande continuidade, mas no Boca e sobretudo no Villarreal, será sempre reverenciado, no submarino amarelo, apesar de perder o pênalti crucial naquela semifinal da UCL de 2006 diante do Arsenal no El Madrigal. E nem esse episódio diminuiu a reverencia que o torcedor espanhol tem pelo craque argentino. Além de uma passagem discreta pelo Barça.
Riquelme pode ser considerado um dos maiores ídolos da história do Boca Juniors, talvez até o maior, deixará uma história insuperável dentro e fora de campo. A representatividade da lenda do Boca é imensurável. Existe um verdadeira devoção ao craque. Parte da torcida do Boca tem Riquelme como o maior de todos, superando até "El Dios". Talvez no quesito títulos, sem dúvida. Roman é o oposto a Don Diego no que se refere a carisma. Mas o talento é algo de outro mundo.
O que vos escreve pode colocar na lista dele de 3 maiores meias que viu, Riquelme, Zidane e Rivaldo. Não sei se nessa ordem, mas são esses três.
Clubes de sua carreira:
Boca (1996-2002, 2007, 2008-2014), Barcelona (2002-2003), Villarreal (2003-2006, 2007), o Argentinos Juniors (2014) Total: 591 Jogos e 148 gols.
Boca: 388 Jogos e 92 gols
Barcelona: 42 Jogos e 6 Gols
Villarreal: 143 Jogos e 45 gols
Argentinos Juniors: 18 Jogos e 5 gols.
Seleção argentina: Sub 20: 21 Jogos e 7 Gols; Sub 23: 7 Jogos e 1 Gol; Seleção principal: 51 Jogos e 17 Gols
Títulos nacionais:
Torneio Apertura - Boca Juniors - 1998
Torneio Clausura - Boca Juniors - 1999
Torneio Apertura - Boca Juniors - 2000
Apertura - Boca Juniors - 2008
Torneio Apertura - Boca Juniors - 2011
Copa Argentina - Boca Juniors - 2011/12
Títulos internacionais:
Copa Libertadores - Boca Juniors - 2000 - 2001 - 2007
Mundial de clubes - Boca Juniors - 2000
UEFA Intertoto Cup - Villarreal - 2003 - 2004
Recopa Sul-Americana - Boca Juniors - 2008
Títulos com a seleção Argentina:
Sul americano Sub-20 - 1997
Torneio de Toulon - Seleção Argentina Sub 23-1998
Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008